Relato de uma peripécia ocorrida esta manhã numa artéria da cidade de Braga:
Dois indivíduos engravatados, cabelo curto e barba feita, cada um com a sua pasta, abordam um confrade da nossa rua.
- Bom dia, podemos tomar-lhe um minuto?
- Pois, por acaso até estou de férias... façam o favor de dizer...
- Vimos anunciar-lhe a boa nova, a sua vida precisa de um novo rumo. Vê-se que o senhor anda desencontrado com a vida e necessita que lhe indiquem o caminho certo a tomar.
- Mas os senhores já me conhecem?
- O cavalheiro é uma alma à deriva neste mundo perigoso e armadilhado. Queremos que leia estes nossos livros e comece a tomar parte nas sessões que a nossa organização realiza, para que se torne um ser humano renovado e de espírito limpo.
- Isto já me está a cheirar a seita. Quem são vocês?
- Apareça no próximo sábado à tarde e ficará maravilhado com tudo que irá presenciar.
- Ouçam lá, eu não estou interessado na vossa seita... vocês devem ser da IURD ou qualquer coisa do género.
- Não se precipite. Até pode trazer um amigo que também ande transviado.
- Transviados andam vocês, lacaios da seita. Olhe, estou com pressa para tratar de um assunto.
- Mas o amigo...
- Eu não sou vosso amigo. Olhem lá, podem ir ali àquelas obras e falar com um tal da bata branca...
- O senhor está a mandar-nos à outra parte?...
- Pois agora estou a mandá-los para o caralho!