sábado, 29 de setembro de 2012

O que separa a civilização da barbárie


Miguel Oliveira da Silva, presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, informou que o Ministério da Saúde deve limitar o acesso aos medicamentos mais caros para tratar doenças como a sida ou o cancro. Explica: "vivemos numa sociedade em que, independentemente das restrições orçamentais, não é possível, em termos de cuidados de saúde, todos terem acesso a tudo". No "tudo" inclui a dignidade de quem está nos últimos meses da sua vida. "Será que mais dois meses de vida, independentemente dessa qualidade de vida, justifica uma terapêutica de 50 mil, 100 mil ou 200 mil euros?"

Onde acaba o "racionamento ético"? E se for um ano? Já vale a pena? E dez anos? No fim, não vamos todos morrer? E se forem 20 mil euros? E se o doente tiver recursos para pagar o tratamento, pode viver mais uns meses? E que tal aprovar um quadro para o tempo merecido de vida com os valores correspondentes? Em que valores exatos, medidos em meses de vida/euros, para o médico de lutar por um ser humano que entregue as suas derradeiras energias a sobreviver? Quanto vale o nosso inabalável instinto de sobrevivência? Quando passará a contabilidade a ser uma fria máquina de morte? E porque ficar pelos doentes? E os velhos que vivem mais do que devem, incapazes de se mover e de trabalhar? Quanto nos custam? Valerá a pena? Terão qualidade de vida que justifique tanto desperdício e ineficiência?

Que fique claro: para continuar a lutar por uma vida não vale tudo. Há coisas que se devem ter em conta. A vontade do doente. A sua qualidade de vida. O sucesso previsível do tratamento. Não os custos. Porque uma vida, um mês de vida que seja, não tem preço. É isso que separa a civilização da barbárie. E no dia em que o médico passa a contabilista sabemos que nada estará entre nós e quem tem de fazer as contas. Que alguém deixou de cumprir o seu papel. O do médico não é medir o valor financeiro dos últimos dias que vivemos. É lutar por nós.

O Presidente daquele órgão consultivo, responsável por um relatório sobre o tema (que li e que é menos explícito, menos brutal e mais cauteloso do que estas inacreditáveis declarações), explica: "é uma luta contra o desperdício e a ineficiência".
Finalmente conseguiu-se: os médicos transformados em contabilistas, a vida decidida por uma máquina calculadora.







quinta-feira, 27 de setembro de 2012

EHEHEHEH.

EM  HOMENAGEM AOS CONFRADES ADEPTOS DO BRAGA

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A NATUREZA

EHEHEH, DEVE SER NO MONTE DO C#####.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Água na boca

"Ontem tentei uma coisa diferente. O meu terapeuta tem andado a semana toda a chatear-me e a dizer que eu continuo a comportar-me como um puto reguila desmiolado que pensa que não existem consequências para os seus actos e que julga que vai encontrar alguma sabedoria depois de pinar o maior número de pachachas sem sentido.
Tentei explicar-lhe que todas as pachachas que comi tiveram algum sentido para mim. Mais não fosse o sentido crescente do meu pincel.
Por isso, ele desafiou-me a convidar uma mulher para jantar e depois para a levar a casa sem tentar nenhuma artimanha para a aviar.
Gastar um jantar com conversa que depois não leva a lado nenhum pareceu-me parvo, mas aceitei o desafio. Ele dizia que podia levar a um outro lado qualquer, mas não percebi bem qual. E lá fui.
Estava tudo a correr bem até à altura da sobremesa. É que ela pega no cardápio e pede de sobremesa: Toucinho-do-céu.
E continuou, claramente a atiçar-me:
Ai, está tanto a apetecer-me um toucinho-do-céu. Ai o toucinho-do-céu deixa-me de água na boca.
Eu ia apertando a toalha da mesa para me conter mas entretanto chega o doce à mesa. Ela ia metendo o toucinho à boca enquanto soltava onomatopeias de prazer, numa clara provocação a que nenhum homem de sardão rijo conseguiria resistir.
Podem dizer que isto é loucura mas um homem vê uma mulher a gemer com um toucinho-do-céu na boca e o seu primeiro instinto é o de a levar ao céu com o seu próprio toucinho.
A natureza é mesmo assim. E não me critiquem. Não fui eu que criei as leis da natureza humana.
Por isso não descansei enquanto não meti o toucinho-ao-léu. E logo de seguida foi o meu toucinho-no-céu. Na boca da piquena."

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

OLHA O ARTISTA

EHEHEHEHHH


 OLHEM ESTE ARTISTA

terça-feira, 18 de setembro de 2012

SO PARA REFELECTIR

Aqui vai a razão pela qual os países do norte da Europa estão a ficar cansados de subsidiar os países do Sul.

Governo Português
3 governos no continente e ilhas
333 deputados no continente e ilhas
...
308 câmaras
4259 freguesias
1770 vereadores
30000 carros
40000(?) fundações e associações
500 assessores em Belém
1284 serviços e institutos públicos
Para a Assembleia da República Portuguesa ter um número de deputados equivalentes à Alemanha, teria de reduzir em mais de 50%
O POVO PORTUGUÊS NÃO TEM CAPACIDADE PARA CRIAR RIQUEZA SUFICIENTE, PARA ALIMENTAR ESTA CORJA DE GATUNOS!
É POR ESTAS E POR OUTRAS QUE PORTUGAL É O PAÍS DA EUROPA EM QUE SIMULTÂNEAMENTE SE VERIFICAM OS SALÁRIOS MAIS ALTOS A NÍVEL DE GESTORES/ADMINISTRADORES E O SALÁRIO MÍNIMO MAIS BAIXO PARA OS HABITUAIS ESCRAVIZADOS.
ISTO É ABOMINÁVEL!!!
ACORDA, POVO! ESTAS, SIM, É QUE SÃO AS GORDURAS QUE TÊM DE SER ELIMINADAS E NÃO SÓ AS DE QUE O GOVERNO FALA.....

sábado, 15 de setembro de 2012

Com a lábia de um aldrabão

Pergunto, ao tempo que passa,
se há quem governe o País!...
E o tempo mostra a desgraça,
que o Governo desdiz!...

Pergunto aos "boys" que levam
a massa nas algibeiras
e os "boys" ao roubo se entregam
- levam tudo, sem maneiras!...

Roubam sonhos, geram mágoas!...
Ai pobre do meu País!
Mergulhado em turvas águas,
seu fim está por um triz!...

Quem o pobre Povo esfola,
pede meças a quem diz
que um País, que pede esmola,
continua a ser feliz!...

Pergunto à fome, que grassa,
por quem lhe roubou o pão.
- Logo os golpes de trapaça
dá como sendo a razão!...

Vi florir grandes fortunas,
com os montantes roubados,
sem terem, como oportunas,
punições para os culpados!...

E o tempo não muda nada!
Ninguém faz nada de novo!
Vejo a pátria acabrunhada,
com a cruz, que leva o Povo!

Vejo a Pátria na voragem
dos que andam a roubar,
cobertos p'la sacanagem
dos que dizem governar!..

Vejo gente a partir,
Em busca doutras paragens,
que lhe possam garantira vida,
com outras margens!...

Há quem te queira enganada,
ó Pátria do desalento
e fale por ti, coitada!
Entregue estás a um jumento!...

E o tempo, em derrocada,
num ruído cacofónico,
vai aumentando a parada
de delírio histriónico!...

Ninguém faz nada de novo
e o dinheiro que vai fugindo!...
Nas mãos vazias do Povo,
fica a miséria florindo!...

E a noite torna-se densa,
de fantasmas e desdita!...
Peço notícias ao tempo
e ele só nos mortifica!...

Há sempre uma alcateia,
que agudiza a desgraça!
Há sempre alguém que semeia
injustiça e muita trapaça!...

Neste tempo de trapaça,
com personagens tão vis,
só mesmo com arruaça,
p'ra lhes partir o nariz!...

Mesmo na noite mais triste,
em tempo de podridão,
Coelho ainda resiste,
com a lábia de aldrabão

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

sábado, 8 de setembro de 2012

O sexo na Literatura Portuguesa

Há uns tempos, li no Público que os Portugueses são maus a escrever prosa sobre sexo. Argumentava-se que a língua Portuguesa não se adapta a tal, ora porque é muito branda (ex: Apalpou-me a pila), ora porque é muito boçal (ex: Apalpou-me o c***lho).
Em compensação, na poesia, há exemplos maravilhosos sem cairem na sensaboria ou no obsceno.
Pus-me a pensar na prosa e na poesia que já li e até não acho esta constatação de todo descabida. O mesmo artigo referia o pior texto sobre sexo na prosa Portuguesa. Ridículo de insonso, na minha modesta opinião. Do José Rodrigues dos Santos, que, de facto, parece só fazer sexo de fatinho e gravata...Passo a reproduzir:
Tomás trincou um pedaço de peixe, pareceu-lhe abrótea, temperada pelo líquido branco do caldo.
"Porque razão é branca a sopa?", admirou-se ele. "Não é feita de água?"
"Leva água, mas também leva leite."
"Leite?"
"Sim", assentiu ela. Parou de comer e fitou-o com uma expressão insinuante.
"Sabe qual é a minha maior fantasia de cozinheira?"
"Hã?"
"Quando um dia for casada e tiver um filho, vou fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas."
Tomás quase se engasgou com a sopa.
"Como?"
"Quero fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas", repetiu ela, como se dissesse a coisa mais natural do mundo. Colocou a mão no seio esquerdo e espremeu-o de modo tal que o mamilo espreitou pela borda do decote. "Gostava de provar?"
Tomás sentiu uma erecção gigantesca a formar-se-lhe nas calças. Incapaz de proferir uma palavra e com a garganta subitamente seca, fez que sim com a cabeça. Lena tirou todo o seio esquerdo para fora do decote de seda azul; era lácteo como a sopa, com um largo mamilo rosa-claro e a ponta arrebitada e dura como uma chupeta. A sueca ergueu-se e aproximou-se do professor; em pé ao lado dele, encostou-lhe o seio à boca.Tomás não resistiu.
in Codex 632, de José Rodrigues dos Santos

Agora comparem com este poema:

Eis o centro do corpo
o nosso centro
onde os dedos escorregam devagar
e logo tornam onde nesse
centro

os dedos esfregam - correm
e voltam sem cessar
e então são os meus

já os teus dedos
e são meus dedos

já a tua boca
que vai sorvendo os lábios

dessa boca
que manipulo - conduzo
pensando em tua boca
Ardência funda
planta em movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde
E todo o corpo
é esse movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde
E todo o corpo
é esse movimento
em torno
em volta
no centro desses lábios
que a febre toma
engrossa
e vai cedendo a pouco e pouco
nos dedos e na palma

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Parabéns confrade Takanaca

O confrade Takanaca celebra hoje mais um aniversário. Em nome da Sá de Miranda street muitos parabéns e que este dia se repita por longos anos.