sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Paz na Alma

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A paz de alma

“O dicionário Priberam define paz-de-alma como “pessoa muito indolente, pachorrenta ou pacífica”. É o “ou pacífica” que me deita abaixo. Já não basta que, na nossa língua e cultura, ser paz-de-alma seja uma coisa negativa. São só duas das palavras mais bonitas que temos: paz e alma.

Não basta que se juntem essas duas palavras para conseguir o que qualquer pessoa (por pouco realista que seja) quer: paz de alma, paz na alma. Não. Também pode querer dizer pacífico. Simplesmente pacífico, como se isso fosse uma coisa de somenos.

No Natal algumas pessoas de certos países que, como o nosso, têm a sorte de não estarem em guerra, são mais bondosas, tolerantes e pacíficas. Saltam-lhes logo em cima os apologistas do óbvio, com ocos lamentos que seguem sempre a mesma entediante lenga-lenga: “é pena que não seja assim durante todo o ano, blá blá blá, rebanho de hipócritas, beneméritos de calendário, blá blá blá…” 

Com cada ano que passa nota-se menos esta atmosfera natalícia de paz e boa vontade. Se calhar houve muita gente que desistiu depois de tantas décadas a levar no coco por ser marcadamente menos generoso nos dias 24 e 25 de todos os meses do que hoje e amanhã. Se assim for, parabéns aos moralistas de ocasião - esses críticos devastadores do consumismo que se vêem nos shoppings a deitar fumo pela cabeça só porque os comerciantes conseguem vender mais umas camisolas.

Haja paz na alma de quem a possa ter. Nem que seja durante uma só noite. Nem que seja só por preguiça. Um bom Natal!"

*Miguel Esteves Cardoso

sábado, 10 de dezembro de 2016

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

REPASTO DE NATAL

QUARTA FEIRA DIA 7
19.30 - 20.00 ENCONTRO BEIJO FRIO




sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Não há porto sem farol

Faróis

Faróis distantes,
De luz subitamente tão acesa,
De noite e ausência tão rapidamente volvida,
Na noite, no convés, que consequências aflitas!
Mágoa última dos despedidos,
Ficção de pensar...

Faróis distantes...
Incerteza da vida...
Voltou crescendo a luz acesa avançadamente,
No acaso do olhar perdido...

Faróis distantes...
A vida de nada serve...
Pensar na vida de nada serve...
Pensar de pensar na vida de nada serve...

Vamos para longe e a luz que vem grande vem menos grande.
Faróis distantes ...

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
 Farol aceso no negrume do céu gotejado com pingos de luz...imagem do farol, que ilumina quem quiser, a chegar a terra antes do sol, como no farol é como na vida, sempre temos uma luz para nos guiar, mas se ninguém a acender, nunca ao destino vamos chegar.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Supermoon

"Que haverá com a lua que sempre que a gente a olha é com o súbito espanto da primeira vez?"
O Eterno Espanto - Mário Quintana
Resultado de imagem para imagens de super lua 2016Lua, a medida do eterno, em tua rotação revemos nossa memória, pressentimos tudo o que não teremos e tudo o que já viveram corações noutros tempos, meus olhos abandonam-se em ti em ecos da infância.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Emoções...


“Há pensamentos sem emoções, mas não há emoções sem pensamentos. Precisamos de ter esse conceito. Uma pessoa pode pensar sem sentir, mas não sente sem pensar. As emoções são desencadeadas pelos pensamentos, ainda que eles sejam inconscientes ou pouco perceptíveis.” Augusto Cury

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As emoções são intermináveis. Quanto mais as exprimimos, mais maneiras temos de as exprimir, por vezes a razão tenta impor-se, mas as emoções falam mais alto.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Coemeterium

    “Cada um de nós traz no fundo de si um pequeno cemitério daqueles que amou.”Romain Rolland

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Todas  as as decepções são secundárias…o único mal irreparável é o desaparecimento físico de alguém a quem amamos.


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

REPASTO DE NATAL

   10 DEZEMBRO 2016 - SABADO













SEM ALTERAÇÃO
 
MALTA MARQUEM NA AGENDA
 

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Deleite

Sugar e ser sugado pelo amor
no mesmo instante boca milvalente
o corpo dois em um o gozo pleno
Que não pertence a mim nem te pertence
um gozo de fusão difusa transfusão
o lamber o chupar o ser chupado
no mesmo espasmo
é tudo boca boca boca boca
sessenta e nove vezes boquilíngua.

Carlos Drummond de Andrade

Resultado de imagem para imagens gifs luxúriaSe nua, teus olhos
Ficam nus também:
Teu olhar, mais longe,
Mais lento, mais líquido.

Então, dentro deles,
Bóio, nado, salto
Baixo num mergulho
Perpendicular.

Baixo até o mais fundo
De teu ser, lá onde
Me sorri tua alma
Nua...

sábado, 17 de setembro de 2016

Longas são as noites...

sexy couple couples make out touch me

O mistério, a sedução, a mão que viaja lentamente pelo corpo entre a penumbra, o silêncio do momento, a viagem alucinante de prazer, afogo-me no âmago, desejando que não chegue o amanhecer.



sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Parabéns Confrade  Pangui .20 Primaveras.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

“Os grandes espíritos são seguramente aliados da loucura, separam-nos finas paredes.” John Dryden


Temos tanta pressa de fazer algo, escrever, amontoar bens e deixar ouvir a nossa voz no silêncio enganador da eternidade que esquecemos a única coisa em relação à qual as outras não são mais do que meras partes: Viver.


COMO O AGOSTINHO O VMA E O VLAD E PANGUI NÃO PODEM FICA ADIADO


sábado 01 de outubro 2016

MARQUEM NA AGENDA.
A DATA DO REPASTO FICA ALTERADA PARA SABADO DIA 17 DE SETEMBRO

NAO FALTEM POIS É A UNICA DATA POSSIVEL NESTE MES.

19.30 - 20.00 NO BEIJO FRIO

AVISEM O DURO QUE EU NAO TENHO O MAIL DELE.


O LIDER

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Boa tarde Rapazes


Tudo ok, espero que sim

o jantar de abertura da época 2016/2017 fica para Sexta feira dia 16 de Setembro.

analisem a data e digam se pode ser.

Abraço

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Relaxar

relaxingRelaxar é sabermos parar o tempo à nossa volta e arrumar as prateleiras do nosso interior. Experimentar a paz desejada e sabermos evoluir dentro do silêncio que vem de dentro da alma.
Haja vontade, e calma…

domingo, 17 de julho de 2016

Prazer de viver

Imagens engraçadas - Bora lá aproveitar o Fim de semanaImagens engraçadas - Bora lá aproveitar o Fim de semana 
Vontade de apenas ir, sem destino, sem preocupações, sem tempo, sem direcção, apenas seguir em frente, sentir a brisa, sentir as águas refrescarem a cabeça, deixar a natureza desarmar essa bomba que esta vida rotineira arma na nossa mente, apenas viver, ser livre daquilo que por vezes oprime a nossa vontade de ser.
Perdemos muito tempo a não vivermos no mundo a que pertencemos. Perdemos muito tempo sem olhar para tudo o que existe à nossa volta. Para tal temos de ter o prazer de viver e não apenas o de só existir.

sábado, 2 de julho de 2016

Faits divers

UM DIA DE PRAIA, NUMA FAMÍLIA DE BETOS

Para começar, o beto não é um veranista que vá a qualquer praia. Vai apenas a praias seleccionadas, quais artigos gourmet de uma mercearia gourmet de um bairro gourmet.
Mas como seleccionar estas praias? Simples. Há muitas que já vêm de tradição. As famílias com mais de 17 apelidos, todos eles separados por hífenes, há séculos que para lá vão.
Depois é também preciso garantir que a plebe não vai para estas praias, porque já se sabe que pobres é pior que pombos cheios de doenças. E por isso mesmo, têm de ser praias cujo acesso não possa ser feito por transportes públicos e cujo preço da garrafa de água no bar não seja inferior a 10€. E assim sendo, salva-se a Comporta, São Martinho do Porto e mais meia dúzia delas no Algarve e no Porto.
O dia começa cedo. A mãe Tété vai acordar o Tomás Maria (Tommy), o Afonso Salvador (Fonfas), o Lourenço Sebastião (Sebas), a Constança Matilde (Coca) e a Carlota Benedita (Bé). As ninhadas de betos são sempre muito grandes…aliás, nestes meios até fica bem. Ficam óptimos nas fotos e dão imenso jeito para a auto promoção da família nas revistas sociais.
Preparam pequenos lanches e guardam-nos nuns tupperwares lindíssimos, cheios de flores e com alarme anti-pobre incorporado para afastar sem-abrigo, que a tia Kiki faz agora no novo negócio de beta empreendedora. Atenção para não confundir com as marmitas com frango assado e pastéis de bacalhau com feijão-frade que se podem avistar na Costa da Caparica. Como as idades variam, os lanches vão desde pequenos rectângulos de pão integral sem glúten que amortecem dois a dois suaves fatias de fiambre de peru que cumprimenta só com um glu, com uma folha de alface-roxa e tomate querido, até umas deliciosas quiches de salmão pedante fumado em fumo de chá preto com cogumelos das Maurícias salteados em azeite e presunção em abundância, passando claro por suculentas tarteletes de Cerelac gourmet com frutos silvestres da Floresta Negra e pitadas de futuros cargos nas Jotas.
Lá chegam à praia. Quer dizer, chegam à entrada da praia e depois demoram mais  meia hora até se instalarem tal é a quantidade de amigos e primos que têm de cumprimentar – Olá, querida! ‘Ta boa? Que fato de banho giríssimo! Adoro os folhos! Foi a tia Ká que fez? – Foi! Não está o máximo? Ela abriu agora uma loja de biquínis com o dinheiro do marido, “supê” empreendedora! – E por aí fora.
Finalmente, encontram uma clareira na areia entre Bettencourt-Mello-dos-Santos-e-Silva e os Couttinho-Roquette-Relvas-Cunha-Vaz para instalar a sua sombrinha. Isso mesmo, adivinharam. E óbvio que a sombrinha foi feita pela tia Bábá que também tem uma marca e já não há paciência para falar disto e vocês já perceberam onde é que quero chegar.
A mãe aproveita a ocasião para carregar no protector solar em todas as criancinhas, e sempre com o factor máximo. Até era preferível  nem terem tirado as T-shirt, a bem da verdade. É que cancro da pele é chato, mas ficarem da cor das crianças romenas dos semáforos da Praça de Espanha é bem pior, um vexame completo.
Mergulhos mais tarde, as crianças vão brincar para a areia molhada. Enquanto uma delas vai chamar amiguinhos e lhes ordena que construam um castelo, outra trata dos processos burocráticos do registo predial, uma delas fica como administradora financeira do empreendimento, ainda outra implementa uma criação de cavalos e escola equestre, e a última, que quer ser actriz, faz de princesa. Claro que os seus trabalhos como engenheiro, advogado, gestor e agrónoma estão assegurados à nascença mas, ainda assim, é preciso começar já a praticar. A última é que virá a entrar no Chapitô e acabará deserdada.
Enquanto os mini-betos brincam, a betalhada já consagrada conversa (os jovens adultos desta sub-espécie não são aqui mencionados porque passam férias juntos, sem os pais, e nesta altura estão a ressacar da sua noite belíssima).
São bons momentos de conversa. Riem-se muito dos lesados do BES, choram de saudades e nostalgia dos tempos de Salazar quando tinham ainda mais terrenos e ficam perplexos quando ouvem falar das greves do Metro, porque nem sabiam que havia Metro.
O dia vai-se passando e o fim da tarde pede sangria de champanhe e frutos silvestres e canapés de lagosta no lounge chiq nice sunset amazing bar da praia. Os mini-betos são chamados para volta da mesa, não porque as mães tenham receio que se afoguem mas porque a conversa chegou à parte de exibicionismo das respectivas crias. E sempre com aquele ar de quem não dá muita importância, mas sem conseguir disfarçar bem o orgulho parental, começa o rol de “Ai, o meu Fonfas com 3 anos já fala mandarim, toca piano e dá aulas de catequese”, “Ai, a minha Coca de 16 anos já fuma, já sabe sacar gajos no Main com apelidos decentes e já sabe que antes do casamento só vale anal porque não é pecado.” Se calhar esta última parte eles não admitem em voz alta, mas sabem-no.
Enfim, o crepúsculo chega e a betalhada tem de recolher aos seus castelos. Há banhos a tomar para tirar a areia, o sal e aquela camadinha de hipocrisia depois de um dia inteiro a fingir que se gosta de toda a gente. 

UM DIA DE PRAIA, NUMA FAMÍLIA DE MITRAS

O mitra é uma espécie completamente diferente do beto. O mitra não vai a qualquer praia, essencialmente porque não pode e não por falta de vontade, e depois acaba por mascarar a inveja que tem dos betos com um falso orgulho nas praias que frequenta.
Assim sendo, a selecção de praias fica limitada àquelas com acesso por transportes públicos ou por carro próprio mas sem estradas de terra batida para não estragar os pára-choques dos carros rebaixados. Portanto, ficam a sobrar Carcavelos, aquelas do início da Costa da Caparica, aquela do jardim do Torel no meio de Lisboa e algumas caixas de areia dos jardins infantis.
O dia começa cedo. A mãe Sheila vai acordar o Rúben Tiago, o Wilson Gerson, o Fábio Mikael, a Soraya Vanessa e a Rute Miriam. As ninhadas de mitras são sempre muito grandes porque como orgulhosos desinformados nem sabem o que é um preservativo.
Preparam pequenos lanches e embrulham à balda em guardanapos meio sujos que sobraram do jantar do dia anterior na casa dos vizinhos. Aproveitam que lá foram e roubaram uma geleira que a deles é pequena e dá mais jeito para levar a erva e conservá-la fresca, nunca se sabe quando é que vão aparecer clientes sedentos por um charrinho na praia.
Apesar de as idades dos mitrinhas variarem, os lanches são iguais para todos e vai tudo corrido à clássica “sande” mista com queijo e fiambre, cujas embalagens só não foram roubadas por eles porque a mãe dos putos os apanhou a roubar mal. Portanto, começou aos berros para toda a gente no Minipreço achar que ela estava a educar os miúdos e depois acabou por ter de ser ela a roubar os pacotes e mais uns iogurtes com aroma a labrego. Se queres as coisas bem feitas, fá-las tu. Já dizia o Al Capone, ou o Escobar, ou o Ricardo Salgado. Já não sei bem quem disse isso mas foi um bandido do género.
Lá chegaram à praia. Quer dizer, chegam à entrada da praia e demoram mais meia hora até se instalarem. Não que cumprimentem muita gente, mas os cumprimentos demoram muito tempo porque são sempre um “combo” de gestos que inclui “high 5”, choque de punhos e mais uma série de sinaléticas manuais de fazer inveja a qualquer surdo. Portanto, depois de falarem a colegas do arrastão de 2005, a grandes companheiros dos “meets” de 2014 no Vasco da Gama e ainda a alguns irmãos de armas da claque do Olivais e Moscavide, lá acham um lugar para se sentar. De mencionar que também demoraram mais a escolher o lugar porque tem sempre de ser de difícil acesso para os polícias de bicicleta.
A criançada, já só de sunga e crucifixo de plástico, vai a correr para a água. – FÁBIO MIKAAAEEEEELLLLL! Anda cá, car*lho! Ca gente esqueceu-se-nos de te enfiar nos braços estas medras e tu ainda vais de focinho à água e ficas lá a afogar-te. Olha, também digo-te já Fábio Mikael, era um descanso! Que isto de alimentar tantos bezerros, f*da-se! Vai lá, vai…
A mãe aproveita esta ocasião para voltar a não pôr protector no Fábio Mikael. “Pode ser que o puto apanhe um “cancarozinho” na pele e a gente consiga mais um subsídio qualquer do Estado” – pensa ela.
Arrastões mais tarde, as crianças sossegam e ficam a brincar na areia molhada. Não sabem o que é um castelo, por isso fazem antes um cartel de areia. Dividem entre elas as tarefas de líder do cartel, controlador de logística no tráfico de conchas e pedrinhas, chefe de segurança (bater noutros meninos), responsável de recrutamento de mitrinhas para o gangue e a última, que não se revia nesta família, era a polícia. Anos mais tarde foi para a PJ e não verteu uma única lágrima quando prendeu o pai, os irmãos, a mãe e até a avó, que aquela velha era danada.
Enquanto os mitrinhas brincam, a mitralhada já cadastrada conversa (os jovens adultos desta sub-espécie não são aqui mencionados porque ficaram à janela do seu «cubico» a ver quem pára lá no bairro, ou foram dar giros nos seus “botes” para roubarem estações de serviço, ou quaisquer outras actividades tão divertidas quanto ilegais).
São bons momentos de conversa. Razoáveis, admitamos, porque eles não conseguem muito bem articular frases num discurso coerente, e às vezes nem sequer palavras suficientes conseguem articular para fazer uma frase. Mas lá falaram dos corruptos dos banqueiros e dos políticos, que conseguem roubar ainda mais que eles, falaram do seu Benfas e do filha de uma “ganda” p*ta que lhes roubou um penalty e cuspiram no aumento do passe do Metro e nesses gajos que lá fingem que trabalham e só querem é estar de greve.
O dia vai-se passando e o fim da tarde pede sangria de pacote do LIDL e umas pevides, para se fazer uma competição de quem consegue cuspir a casca para mais longe enquanto se apoia só na perna direita e aperta os testículos com a mão esquerda. Bom jogo.
Os mitrinhas são chamados para se juntarem ali à volta do porta-bagagens aberto onde se sentam os mitras, no seu “bote” no parque de estacionamento da praia. Os vários mitras amigos ali reunidos exibem as suas crias com um orgulho visceral. “Pá, este cabrãozinho aqui já bate nos colegas todos da turma. Mas também era o que faltava não bater, tem 10 anos e ainda está na primeira classe”, “E a minha mai nova? F*da-se c'orgulho! 14 aninhos e já está grávida. Sai mesmo à mãe!” e tantas outras semelhantes proezas embandeiradas em arco (agora é que lixei os mitras que estavam a ler esta crónica porque eles não sabem o que quer dizer esta expressão).
Enfim, o crepúsculo (outra) chega e a mitralhada tem de recolher aos seus bairros. Não há banhos para tomar, porque aquela camadinha de areia, sal e surro, se for bem grossa, os protege de facadas dos gangues rivais. Sempre são menos hipócritas no que diz respeito a fingir que gostam uns dos outros.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Fênix

“Há quem diga que todas as noites são sonhos
Mas há também quem diga nem todas, só as de Verão
Mas no fundo isso não tem muita importância
O que interessa mesmo não são as noites em si, são os sonhos.” William Shakespeare

                                   Algo de especial existe no fim de um dia de Verão,
no lento apagar de suas chamas,
uma profundidade – um azul – uma fragrância,
que o êxtase transcende.
Algo tão brilhante e arrebatador
que de ver e sentir me faz renascer.

sábado, 28 de maio de 2016

Despir-se de tensões. Verter-se em intenções.



Com teus olhos semicerrados e espasmos de prazer, tiras-me a calma, invades-me, despindo lentamente minha lucidez, em olhares cheios de malícias e desejos, fazendo-me levitar sem sair do chão, desejar-te… perco-me e não me encontro mais…hahah este momento que diz tudo e nos faz sentir vivos.

terça-feira, 24 de maio de 2016

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Volúpia


“Se perdi os meus dias na volúpia, ah! devolvei-los a mim, grandes deuses para que eu volte a perdê-los.” J. Mettrie

É o desejo invadindo nossos corpos, nossos poros, nossas entranhas, nossas forças vão do corpo à alma, e só então, a concupiscência e volúpia tomam forma. Eu, tu e o prazer.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Deixar fluir…

“Nada é para sempre, dizemos, mas há momentos que parecem ficar suspensos, pairando sobre o fluir inexorável do tempo “ José Saramago



Deixa fluir, deixa correr, liberta, solta, flutua, acorda, renasce, renova, muda...deixa ser, ser ao natural, da maneira que deve acontecer, a força do ser e não do querer é mais bela, mais intensa...faz ser o que é na realidade!
Há momentos, em que de repente o tempo pára e acontece a eternidade.




terça-feira, 3 de maio de 2016

PARABENS CONFRADE

PARABENS GRANDE ABRAÇO DA CONFRARIA

sexta-feira, 22 de abril de 2016

"Por vezes de repente há um vazio
nem um gesto nem voz nem pensamento
terrível como a foz do grande rio
onde vai dar algures o esquecimento.

Nem branco ou negro nem sequer cinzento
um calor sem calor. Frio sem frio.
Não há nada por fora. E nada dentro.
Não é menos nem mais. É só vazio."

Manuel Alegre, "O vazio"




O "vazio" tem de ser preenchido mesmo que não se tenha nada de importante para dizer…temos desejos e necessidades diferentes, mas se não descobrirmos o que queremos de nós mesmos e o que nós defendemos, vamos viver passivamente vazios.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Floresta em sonho

Esta noite atravessava uma floresta a sonhar
Ela estava cheia de horror. Seguindo a cartilha
Os olhos vazios, que nenhum olhar compreende
Os bichos erguiam-se entre árvore e árvore
Esculpidos em pedra pelo gelo. Da linha
De abetos, ao meu encontro, através da neve
Vinha estalando, é isto um sonho ou são os meus olhos que a vêem,
Uma criança de armadura, coiraça e viseira
A lança no braço. Cuja ponta faísca
No negro dos abetos, que bebe o sol
O último vestígio do dia uma seta de ouro
Atrás da floresta do sonho, que me faz sinal de morrer
E num piscar de olho, entre choque e dor,
O meu rosto olhou-me: a criança era eu.

[Heiner Müller - Adolfo Luxúria Canibal / António Rafael – Mão Mortal]



Nós inventamos o tempo…e nunca temos tempo. Os nossos relógios nunca dormem. Quantas vezes o tempo é a nossa desculpa para desinvestir da vida e abrir a janela...para perpetuar o sonho do desencontro que mantemos com ela?

quarta-feira, 30 de março de 2016

“Oh! que formosa aparência tem a falsidade” William Shakespeare


A sensação talvez seja essa: Saturação. De tanta falsidade, de tanta hipocrisia, de tantos sorrisos dissimulados.
Descobri, a veracidade com que as pessoas têm em prejudicar as outras, e a falsidade das mesmas.
A falsidade é um caminho perigoso escolhido apenas por pessoas que não conseguem ter mérito no que fazem.
Os sentimentos clamam por algo verdadeiro, pessoas, amigos, companhias, sabores, emoções!


quarta-feira, 16 de março de 2016

Desânimo

      "Um cansaço de existir. De ser. Só de ser. O ser triste brilhar ou sorrir..." Fernando Pessoa
       No desânimo, cedemos como que arrastados por uma vertigem e algo se derrama para sempre.

sexta-feira, 4 de março de 2016

São gemidos! Gemidos insanos de desejo que nos chamam

                 Quanto mais nos entregamos aos nossos desejos, mais íntimos ficamos

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Intenso

“Eu gosto do sabor intenso das coisas desmedidas. Tudo que é bom, que eu viva em exagero! Mas não é que eu queira morrer de um jeito fugaz. O que eu quero é viver em êxtase!” Augusto Branco




O sangue que corre em minhas veias e pulsa até meu coração está acima do meu querer…é mais forte e intenso, está além das minhas decisões…vibra na pele, pulsa nas veias, não vivo por metades, vivo por inteiro.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Red light

“Só através do corpo nos poderemos erguer à divindade de que formos capazes, até deixarmos de ser, na frágil e precária luz da terra, o mais estrangeiro dos seus habitantes.” Eugénio de Andrade

       
          Talvez a única dignidade realmente autêntica… seja a que não diminui ante a indiferença dos outros.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Se amor matasse de amores

O Amor Mata 
 
O amor mata
Quem ama e não ama mata
Ás vezes faz bem
Outras vezes não há coisa mais chata

O amor mata
Morre se aos poucos, não escapa
Nem mesmo quem tem uma capa
A ciência é exacta

Mata-me de amor
Que eu não largo o vicio
Se é proibido amar
Vales bem o sacrifício

O amor mata
Como se fosse uma faca
Que me infecta e ataca
Vai directa ao coração

O amor mata
Vagueia por dentro e compacta
É como um nó que não desata
Leva o ar e a razão

Mata-me de amor
Que eu não largo o vicio
Se é proibido amar
Vales bem o sacrifício

Mata-me de amor
Que eu não largo o vicio
Se é proibido amar
Vales bem o sacrifício

O amor mata
*Andre Sardet


    
O amor não mata a morte, a morte não mata o amor. No fundo, entendem-se muito bem. Cada um deles explica o outro.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Intimus...

Intimidade


No coração da mina mais secreta, 
No interior do fruto mais distante, 
Na vibração da nota mais discreta, 
No búzio mais convolto e ressoante, 

Na camada mais densa da pintura, 
Na veia que no corpo mais nos sonde, 
Na palavra que diga mais brandura, 
Na raiz que mais desce, mais esconde, 

No silêncio mais fundo desta pausa, 
Em que a vida se fez perenidade, 
Procuro a tua mão, decifro a causa 
De querer e não crer, final, intimidade. 

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis" 
A intimidade salva as relações extensas, a não ser quando as corrói. Contradição maquiavélica. O melhor e o pior dos mundos, nos obrigando a escolher entre o habitual e a novidade, entre a paz e a adrenalina, entre a rede e o salto. Sedução x segurança: que vença o melhor…

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Existir não é pensar...é ser lembrado.

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                                         É preciso viver, não apenas existir.