Derbi Taka-Bola (aconselha-se o visionamento imaginando a voz de Gabriel Alves)

E aos vinte e um dias do Mês de Outubro, a cidade dos arcebispos volta a acolher mais um inesquecível Derbi Mirandino. O estádio escolhido como palco desta magnífica festa foi o Indoor de palmeira, sala de visitas ( há quem lhe chame quarto de arrumos) do futebol confrade. A atmosfera apoteótica que um derbi destes sempre arrasta, esteve patente na impressionante moldura humana de cerca de 3 pessoas (se as crianças realmente contarem como adultos). O ambiente infernal (não fosse Vlad estar em campo) não permitiu sequer que as estações televisivas pudessem presenciar um dos mais prestigiados Derbis da história da modalidade. As equipas, rivais desde o longinquo post de 16 de Novembro de 2009 compareceram no relvado como dignos guerreiros, dispostos a verter no campo senão o perfume do seu futebol, o árduo suor de uma valentia dedicada. De um lado a Taka Team, equipa propriedade do multimilionário industrial dos tecidos, o nipónico (não confundir com os chineses) takanaça, e que reúne alguns dos melhores futebolistas do planeta (deles é claro!) do outro a PPT FootRebola Club, equipa surgida décadas atrás num clubito dos confins do terraço de um confrade e que pouco a pouco tem vindo a subir a escadaria do futebol mundial.

Baixaram ao relvado as duas equipas faltavam exactamente alguns minutos para que não chegassem atrasados. Trajaram com colete, sinal distintivo de uma quipa que para alem de saber jogar sabe tambem as regras do jogo, os electrizantes azuis de Rebola, alinhando com o seguinte 5 : Bibi, JP, Ñórdico ( estes três repartiram a baliza, mais tarde 2 deles o tabaco mas isso é outra conversa), Nico e Peter Crouch Tool, na outra metade do quase relvado esquematizada num estonteante 1 : 1/2 : 3 : 1/2 começaram os seguintes Kamikazes Nipónicos : Legionário, SuperBraga, Vlad, Vma e Pisconight.
Os primeiros vinte minutos de jogo pautaram-se por uma absoluta supremacia do conjunto Reboliano. Os olés ecoaram pelo betão do recinto, e foram muitas as jogadas que embora não dando golos certamente propiciariam alguns orgasmos aos mais acérrimos aficionados(as) deste desporto Rei. A partir do minuto 30 a partida começou a equilibrar, muito por culpa da inesperada aderência das sapatilhas de Vlad que teimava em não aparecer. Até aí o dominio avassalador da equipa de colete (um colectivo literalmente) não tinha qualquer réplica. Vma então pegou no jogo e repartiu-o pelos seus confrades, retirando a equipa de Takanaça do estado Monthy Pythoninano que até ali tinha estado. A voz de Superbraga enfim troou na defensiva e Pisconight lembrou-se dos tempos aúreos do S. Lázaro e sob as directrizes de um atento Legionário a máquina começou a funcionar. O Jogo tornou-se frenético, Bibi tomou as redeas da defesa, ( Bruno Alves se vieres a Braga ainda podes aprender umas coisas ), Tool arrancou uns srints a lembrar a sua famosa bicla, e a baliza adversária implorava para que a levassem dali embora. JP que vinha de uma lesão de 23 anos, aplicou todas as fintas que últimamente tinha vindo a practicar com as vinhas e com o míldeo e tabelando com Nico, que a par de Figo é o único jogador português conhecido nalgumas favelas do rio de janeiro ( craque, não se admirem de o ver um dia emoldurado numa fotografia com o China ao lado no bar do figo), reanimaram as hostes do colete encarnado.
O minuto final chegava com os descoletados desesperados para não sairem derrotados e não fosse a calma de Migú, entrado minutos antes , a forçar as investidas as pataniscas teriam sabido, a estes confrades, ao amargo da inglória. O golo salomónico finalmente chegava, para repartir as alegrias, mas qualquer que fosse o resultdo o jogo já se traduzira numa vitória para todos, com JP em camara lenta a observar o lento festajar nas redes próprias. O apito final não ecoou porque ninguem se lembrou de o levar, mas o fim chegara com o festejo de todos.
Nota final para a equipa de arbitragem que se mostrou ao melhor nível, sendo practicamente invisível, se exceptuarmos as duvidosas as intervenções de Vma que curiosamente acumula o cargo de Líder e de Presidente do Conselho de Disciplina das actividades Mirandinas.
Vasquinho foi eleito o homem do jogo, porque áquela hora e naquelas condições já nenhum dos confrades passava da categoria cadaver.
Resta esperar agora pela disputa da Taça Natalícia, onde se esperam reforços de Inverno para ambos os lados. O troféu, 1500 gramas de mirra, em homenagem a esse valioso balsamo perdido nos milénios pós cristo, reverte para a caridade ou para o espaço Zen consoante a disposição da Confraria.